domingo, 15 de agosto de 2010

Derrubando tabus

EVITANDO ACIDENTES COM RAIOS


 


 


 

A descarga atmosférica, popularmente conhecida como raio, faísca ou corisco, é um fenômeno natural que ocorre em todas as regiões da terra. Na região tropical do planeta, onde está localizado o Brasil, os raios ocorrem geralmente junto com as chuvas.

O raio é um tipo de eletricidade natural e, quando ocorre uma descarga atmosférica, temos um fenômeno de rara beleza, apesar dos perigos e acidentes que o mesmo pode provocar.

As tempestades com trovoadas se verificam quando certas condições particulares (temperatura, pressão, umidade do ar, velocidade dos ventos, etc), fazem com que um determinado tipo de nuvem de torne eletricamente carregada internamente. O mecanismo de auto produção de cargas elétricas vai aumentando de tal modo que dá origem a uma onda elétrica (raio) podendo partir da nuvem para o solo, do solo para a nuvem, dentro da nuvem, da nuvem para um ponto qualquer na atmosfera, denominados descargas no ar, ou ainda entre nuvens.

O raio é identificado por duas características principais: o trovão, que é o som provocado pela expansão do ar aquecido pelo raio, e o relâmpago, que é a intensa luminosidade que aparece no caminho por onde o raio passou.

Os raios duram em média em torno de um quarto de segundo, embora valores variando desde um décimo de segundo a dois segundos podem ocorrer. Durante este período, percorrem trajetórias com comprimentos desde alguns quilômetros até algumas dezenas de quilômetros. A corrente elétrica, por sua vez, sofre grandes variações. A temperatura por onde passa o raio atinge valores tão elevados de algumas dezenas de milhares de graus e a pressão valores de dezenas de atmosferas. Embora o raio possa parecer para o olho humano uma descarga contínua, na verdade em geral ele é formado de múltiplas descargas, que se sucedem em intervalos de tempo muito curtos.

Os relâmpagos podem atingir as pessoas diretamente. Esse acidente deve-se ao efeito direto do relâmpago. Mesmo que as chances sejam pequenas, é necessário que haja cuidados contra esses acidentes. A maioria das mortes e tragédias ocorre pelos efeitos indiretos, que acontecem nas proximidades do local de queda de um relâmpago. Os efeitos fisiológicos da corrente elétrica associados aos relâmpagos dependem muito da área do corpo atingida e de outras condições no momento do acidente. Comumente, a corrente ocasiona sérias queimaduras, danos ao coração, aos pulmões, ao sistema nervoso central, paradas cardíacas, respiratórias e seqüelas psicológicas, como diminuição da capacidade de raciocínio e distúrbios do sono. Não há nenhum método conhecido que evite a ocorrência de um relâmpago. Mesmo construções devidamente protegidas já sofreram esse ataque, enquanto outras desprotegidas, às vezes ao lado dessas, nada sofreram. Podemos perguntar para quê o uso dos sistemas de proteção se eles realmente não protegem 100%. Na verdade, o sistema tenta "atrair a atenção" da descarga e não impedir que ela aconteça. Vale a regra: ruim com eles, pior sem eles.

Para evitar acidentes com relâmpagos, as regras de proteção pessoal listadas abaixo devem ser seguidas. Se possível, não saia para a rua ou não permaneça na rua durante as tempestades, a não ser que seja absolutamente necessário.


 


 


 


 


 

Nestes casos, procure abrigo nos seguintes lugares:

  • Carros não conversíveis, ônibus ou outros veículos metálicos não conversíveis;
  • Em moradias ou prédios, de preferência que possuam proteção contra raios;
  • Em abrigos subterrâneos, tais como metros ou túneis;
  • Em grandes construções com estruturas metálicas;
  • Em barcos ou navios metálicos fechados;
  • Em desfiladeiros ou vales.


Se estiver dentro de casa, evite:

  • Usar telefone, a não ser que seja sem fio;
  • Ficar próximo de tomadas e canos, janelas e portas metálicas;
  • Tocar em qualquer equipamento elétrico ligado a rede elétrica;
  • Utilizar o chuveiro e torneiras.


Se estiver na rua, evite:

  • Segurar objetos metálicos longos, varas de pesca e tripés;
  • Empinar pipas e aeromodelos com fio;
  • Andar a cavalo;
  • Nadar;
  • Ficar em grupos.


Se possível, evite os seguintes lugares que possam oferecer pouca ou nenhuma proteção contra raios:

  • Pequenas construções não protegidas, tais como celeiros, tendas ou barracos;
  • Veículos sem capota, tais como tratores, motocicletas ou bicicletas;
  • Estacionar próximo a árvores ou linhas de energia elétrica.


Se possível, evite também certos locais que são extremamente perigosos durante uma tempestade, tais como:

  • Topos de morros ou cordilheiras;
  • Topos de prédios;
  • Áreas abertas, campos de futebol ou pastagens;
  • Estacionamentos abertos e quadras esportivas;
  • Proximidade de cercas de arame, varais metálicos, linhas aéreas e trilhos;
  • Proximidade de árvores isoladas;
  • Estruturas altas, tais como torres, linhas telefônicas e linhas de energia elétrica.

Quando não for possível realizar nenhum dos procedimentos acima citados, ainda há uma maneira de escapar de um acidente: Momentos antes de ocorrer a descarga, pessoas que estejam nessas proximidades sentem seus pêlos arrepiados ou a pele coçando, indícios da atividade elétrica. Não se deve entrar em pânico. Pode-se ficar na seguinte posição: ajoelhado, curvado para frente, com as mãos colocadas nos joelhos e a cabeça entre eles. Imita-se, desse modo, uma esfera e não uma ponta, como na posição de pé. Jamais se deve deitar no chão, pois a descarga atingirá diretamente essa superfície.


 

São crenças populares e sem fundamento científico as seguintes frases:

  • A instalação do Pára-Raios vai atrair raios para as edificações.
  • Um raio não cai duas vezes no mesmo local.
  • O Pára-raios do vizinho está protegendo o meu prédio/casa.
  • Espelhos atraem raios.

Somente os projetos elaborados com base em disposições das normas, ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas podem assegurar uma instalação dita eficiente e confiável. Entretanto, está eficiência nunca atingirá 100% estando, mesmo estas instalações, sujeitas a falhas de proteção.


 

Colaboração de Williams Júlio da Silva


 


 

Fontes:

INPE, FURNAS, UNESPE, UFPA.

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